Considerados hoje o segundo maior grupo indígena do país, com quase 50 mil pessoas, os Guarani-Kaiowá enfrentam uma difícil situação social devido à forte pressão política do agronegócio.
A VULNERABILIDADE DAS COMUNIDADES INDÍGENAS CONTEMPORÂNEAS NO BRASIL
O que une os Awá-Guajá, grupo indígena do Maranhão, de pouco mais de 360 pessoas, com parte de sua população em situação de isolamento voluntário, nas matas da Amazônia Oriental, aos Guarani-Kaiowá, o segundo maior grupo indígena do país, com quase 50 mil pessoas vivendo uma situação desesperadora em seu cotidiano, marcado por dezenas de assassinatos e suicídios todo ano, além de confrontos diretos com fazendeiros do sul de Mato Grosso do Sul, fronteira com o Paraguai?
Duas etnias de origem tupi: Awá-Guajá e Guarani-Kaiowá

Parte da população Awá-Guajá encontra-se em situação de isolamento voluntário – inclusive transitando por outras terras indígenas da região que pertencem a povos distintos (Tembé, Ka’apor, Guajajara) –, e mesmo os que mantêm contato permanente com os brancos conhecem pouco da língua portuguesa. Some-se a essas dificuldades o fato de que, para manter seu modo de vida como caçadores, os Awá-Guajá dependem da manutenção de um território com a floresta conservada.
Considerados hoje como o segundo maior grupo indígena do país, com quase 50 mil pessoas, os Guarani-Kaiowá são formados pela fusão de dois grupos falantes do guarani, os Kaiowá e os Guarani, que utilizam o dialeto nhandeva. A partir do confinamento promovido pelo Estado brasileiro ao longo do século XX, Kaiowá e Guarani passaram a dividir as pequenas reservas criadas pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) entre 1915 e 1928. Hoje, há um grande número de casamentos interétnicos e uma aliança política consolidada por meio do movimento Aty Guasu – Grande Assembleia Kaiowá e Guarani. Ambos os grupos não se restringem ao território brasileiro. No Paraguai, são conhecidos, respectivamente, como Pai-Tavyterã e Chiripá, ou Avá-Katu-Eté.

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Episódio 2 – Nossa casa: Awá-Guajá
Formada por pouco mais de 360 pessoas habitando três terras indígenas no noroeste do Maranhão, a etnia Awá-Guajá é conhecida como um dos grupos indígenas mais ameaçados do mundo.

Episódio 3 – Terra justa
“Há muita terra para pouco índio”, esse é o senso comum do brasileiro quando se trata da distribuição de terras indígenas no país.

Episódio 4 – Quem tem terra tem tudo?
Nas diversas culturas indígenas, terra e modo de vida são elementos indissociáveis.

Episódio 5 – O índio no imaginário brasileiro
A representação do índio continua se apoiando em estereótipos questionáveis, que levam a muitos preconceitos.